Documentário dirigido por Paula Fiuza e com produção
da Canal Laranja e da Casé Filmes relata a trajetória do jurista Sobral Pinto
na luta pela justiça e democracia durante o Estado Novo e ditadura militar
“Sobral – O Homem Que Não Tinha Preço” estreia em
circuito nacional dia 1º de novembro. Com produção executiva de Augusto Casé, o
filme dirigido por Paula Fiuza, neta de Sobral Pinto, chega as salas de cinema
com distribuição da Serendip Filmes (Art Filmes). A produção retrata a
trajetória de uma das figuras mais importantes da história recente do Brasil, o
advogado que na luta por justiça e democracia ousou desafiar até mesmo o
período da ditadura brasileira.
“Sobral” resgata a história de Heráclito Fontoura
Sobral Pinto desde seus embates ao combater os abusos do regime militar
(1964-1985) e do Estado Novo (1937-1945) num registro do que sempre foi uma
constante em sua vida - o jurista colocava a defesa dos direitos humanos sempre
em primeiro lugar. Mesmo com convicções ideológicas contrárias e combatente do
comunismo defendeu Luiz Carlos Prestes e Harry Berger, líderes da Intentona
Comunista de 1935, em uma causa histórica, em que procurando livrar Harry das
condições desumanas que estava sendo submetido na prisão pela ditadura de
Getúlio Vargas, utilizou a Lei de Proteção aos Animais para defender seu
cliente.
O filme toma como ponto de partida a descoberta de
arquivos secretos de áudio do Superior Tribunal Militar contendo registros de
defesas de presos políticos durante a ditadura. Nas gravações a voz que mais se
destaca é de Sobral. Com depoimentos de personagens como Luis Carlos Prestes e
sua filha com Olga Benário, Anita Leocádia, salva do regime nazista com ajuda
do jurista, de Zuenir Ventura e do próprio Sobral, o
filme ressalta a coragem, a ética e a luta incansável de um dos maiores
advogados defensores dos direitos humanos da história do Brasil.
A idealização do projeto partiu de
uma inquietação da diretora e neta do jurista Paula Fiuza, que pensava na figura
emblemática do avô e percebia que a história dele tinha poucos registros e sua
memória estava se apagando. “Resgatar a figura real e possível de um homem que
não se vendia por preço algum, e que lutava incansavelmente pelo que
acreditava, independente dos prejuízos pessoais que isso pudesse lhe trazer”,
era o objetivo principal da diretora.
Dessa forma, por estar presente na
história de Sobral, Paula optou por se colocar pessoalmente narrando a abertura
do filme, dando uma dimensão humana para a figura do avô e não meramente
documental, utilizando-se da própria experiência nas Diretas ao ouvir Sobral
discursando para uma multidão em defesa da democracia brasileira.
“Este viés pessoal que demos ao
filme só enriquece. Abrimos e fechamos o filme sob o ponto de vista de uma
espectadora da história do Brasil, que até então era só neta do Sobral. A
própria neta que, até as Diretas Já, não conhecia a fundo o valor do próprio
avô para a história do País”, destaca Augusto Casé, produtor executivo do
longa. “Já no final, por exemplo, quando há o cenário do Congresso Nacional,
falamos do quanto figuras como Sobral fazem falta, do quanto estamos precisando
de um Sobral Pinto, que estes espíritos mágicos, de homens de honra,
verdadeiros líderes, deviam baixar nos nossos atuais políticos”, complementa
Augusto.
Sinopse
A trajetória
surpreendente de Sobral Pinto, advogado de coragem e ética inabalável, que
lutou pela justiça e pela democracia, ousou desafiar a ditadura e levou um
milhão de pessoas ao delírio ao subir no palanque das Diretas, aos 90 anos,
para lembrar ao Brasil que "todo poder emana do povo e em seu nome deve
ser exercido”.
Ficha
Técnica
Direção:
Paula Fiuza
Produção
Executiva: Augusto Casé
Roteiro:
Paula Fiuza
Direção de
Fotografia: Jacques Cheuiche, ABC
Som Direto:
Valeria Ferro
Pesquisa:
Antonio Venâncio, Maria Byington e Cristina Vignoli.
Música
Original: Marcos Kuzka Cunha
Direção de
Arte: Gisela Fiuza
Uma co-produção Casé Filmes
& Canal Laranja
2012
- 84 minutos